One day we'll be together (we'll never be apart)

domingo, 15 de agosto de 2010

Masoquismo

Todo mundo tem alguma ferida aberta; mesmo que a gente finja que nem sabe o que é isso. Pode ser um ex namorado que não é tão ex assim, uma perda de alguém muito especial, saudade de alguma amiga ou amigo que mora longe e que sabemos que nunca mais vamos encontrar.
Tudo isso fica guardado dentro de nós mesmo, e é quase impossível esquecer, cicatrizar.
Nunca conheci alguém completamente bem resolvido, que não tenha essas feridas dentro de si, e, comigo não é diferente.
Acho que não convém eu contar aqui o que é essa minha ferida, mas posso garantir a vocês que dói.
Dói cada vez que eu penso, cada vez que me falam sobre ela, cada vez que eu escuto uma música que parece que foi feita pra me fazer lembrar do que me machuca.
Uma pessoa normal, como a maioria, creio eu, faria o mais simples e eficaz: não pensar, tentar não lembrar e só. Esquecer, ou fingir que esqueceu. Uma pessoa normal guardaria a ferida lá naquela gavetinha, sabe? No fundo, bem no fundo do nosso órgão vital.
Mas eu... eu não me entendo. Será que eu sou tão ruim assim pra mim mesma? Eu consigo sempre pensar no que me machuca, aliás, eu só quero pensar nisso. Sempre lembro, sempre escuto as mesmas músicas, sempre olho as mesmas fotos, leios as mesmas cartas, falo com as mesmas pessoas. Se ainda fossem fotos e músicas normais, ou ainda pessoas aleatórias, mas não. São AQUELAS fotos, AQUELAS músicas, tudo que me machuca.
Não sei explicar direito, e é quase insuportável tentar fazer isso. Mas é commo se fosse bom lembrar de tudo. Ao mesmo tempo que me traz más lembraças, me traz as melhores memórias possíveis junto.
A mesma pessoa que me fez sofrer demais, foi a que me trouxe mais felicidade. E aí? Penso ou não penso? Alguém ajuda.

domingo, 1 de agosto de 2010

Antigo

Sabe aquele sentimento que a gente tem guardado há muito, muito tempo? Todo mundo tem um...
Pode ser uma saudade, uma paixão, uma angústia, uma raiva, uma inveja boa... No meu caso, um amor.
Tá, confesso que antes não era amoooor, amor, amor, mesmo... mas era como se fosse. Eu dizia que era (eu nem sabia o que era isso) e eu me sentia a maior amante do mundo, com uns sete anos. Sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze... Aí apareceu outro sentimento que à primeira vista era maior que o antigo e então eu meio que "substituí" sentimentos.
Pensando racionalmente não se pode substituir sentimentos como se fossem armários que podem ser renovados... Não se pode pegar um sentimento como uma roupa velha e jogar fora e muito menos doar sentimentos. Isso não existe. Mas a minha cabecinha tava em algum outro lugar quando eu resolvi fazer a substituiçao.
Eu podia jurar que tinha realmente jogado um sentimento fora e colocado outro no lugar.
Pobre, Júlia... Mal sabia eu que não era nada disso.
O sentimento antigo tava lá ainda, aliás, tá aqui ainda, sempre esteve. Talvez eu tenha guardado ele em uma gaveta lá no finalzinho do coração, trancado com duzentas chaves pra ninguém achar, mas ele ainda tá aqui.
Uma coisa me surpreendeu há pouco tempo: eu descobri que o "novo sentimento" não era novo. Não era nem sentimento. Era alguma sensação boa que alguém me causava e que me foi suficiente por dois anos mas que agora não é mais.
Essa sim foi embora... Não digo que eu joguei fora porque isso seria ser ruim demais, mas eu tirei de mim e ela anda por aí... As vezes tenta se passar por saudade essa tal de sensação (uns chamam de paixão), mas eu nunca caí na dela.
O antigo sentimento, esse sim, é sentimento mesmo.
Tá aqui desde sempre, eu acho, e continua igual, como na segunda série. Agora eu me pergunto... Se isso não é sentimento o que é então?
Amor que é amor, sentimento que é sentimento, não morre com o tempo, não morre com distância. Mudar? Mudar, muda. Aumenta. Se for de verdade, aumenta.
E é tão bom ter um sentimento antigo... Tu já é acostumada com ele e tu sabe, tu tem certeza, que ele NUNCA vai sair de dentro de ti, no máximo vai ser guardado na gavetinha de novo.
Esse amor que eu falo que eu tenho guardado desde sempre é mais que amor... É amor com admiração, com consideração, com carinho, com respeito, com sinceridade, com amizade. É amor de amigo e de namorado ao mesmo tempo. Juro que eu não sei explicar, só sei que é muito bom se sentir assim. E eu não abro mão disso, nunquinha.
Eu posso guardar amanhã esse sentimento aqui dentro de mim, posso, sim. E posso abrir a minha gavetinha só daqui uns 20 anos e... adivinha? O sentimento ainda vai estar aqui, intacto, como novo.
Por quem eu tenho esse sentimento? Os curiosos que me desculpem, mas deixemos assim.