One day we'll be together (we'll never be apart)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Retomada

Sempre achei as madrugadas bem mais produtivas do que todas as horas do dia juntas; sempre acho o que fazer quando o sono não vem, parece que ele dá lugar à inspiração.

Pois bem, volto aqui depois de muito tempo afastada pra reler o que escrevi há muito tempo e ver se as coisas ainda se encaixam. Acredito que a maior parte das pessoas da minha idade acharia o maior tédio voltar uns meses atrás e ver a vida não mudou, que os sentimentos são os mesmos e os interesses, quase iguais. Eu não, nunca gostei de mudanças repentinas, reviravoltas, mil planos interrompidos e novos surgindo - gosto de ir até o fim em tudo.

Voltar e perceber que as coisas continuam as mesmas, pra mim, é um bom sinal. Sinal de que o quebra-cabeça do qual falei em algum dos posts aqui embaixo era mesmo o quebra-cabeça certo. As peças eram aquelas, o retrato era aquele. Prova disso é que me sinto tão feliz quanto naquela época e, obviamente, só eu pra dizer se isso é verdade ou não.

Nunca tinha experimentado esse exercício, o de voltar e analisar letra por letra, vírgula por vírgula do que me fazia feliz há tempos atrás e nesse momento estou me amando por ter deixado isso registrado. Acredito que seja um bom exercício, nos faz refletir, pensar sobre nós mesmos e até viajar um pouquinho pensando em como as coisas poderiam ter sido diferentes.

"Tá tudo bem", é isso que eu tenho costumado dizer quando me fazem aquela mesma velha e repetitiva pergunta: "e aí, como vão as coisas?". Convenhamos que a minha resposta não é das mais originais, mas espero que vocês levem em conta que a maioria das pessoas responde "tá tudo bem" mesmo no pior dia da vida - é clichê. Comigo não... Não é como se eu encontrasse uma vizinha no corredor e respondesse "ó, tudo bom? tudo bem". Eu estou bem. Feliz, matriculada no terceiro semestre do curso que eu escolhi - e do qual eu ainda não estou completamente certa, mas vamos indo -, minha família tá bem (inclusive eu acredito que eu e minha mãe nunca estivemos tão próximas - o que é estranho pensando que nós moramos por 12 anos juntas), minha vida pessoal tá organizada, coesa, coerente...

Sabe... Eu confesso. Às vezes sinto falta de ter do que reclamar. Um grito, lágrimas, um drama e um chororô de vez em quando até que valem à pena, fazem parte. Não existe evolução sem problemas, não existe amadurecimento sem desafio. Mas aí me deparo com outro ponto: quem disse que eu não tô amadurecendo? Minhas experiências, inclusive, mostram o contrário. Não que eu tenha testado hipóteses empiricamente sobre a minha capacidade de resolução de problemas, mas eu realmente acredito que os meus problemas existem, sim, mas que estando bem comigo mesma é tão mais fácil passar por cima deles e amadurecer. Aliás, não sei quando na história que decidiram dizer que amadurecimento dói... Não é bem assim, minha gente.

Ainda tenho tanta coisa pra realizar. Às vezes parece que quando eu me auto-afirmo "realizada" é como se eu estivesse afirmando que meus planos foram realizados, que meus sonhos foram conquistados. Muito pelo contrário... Acho que 99% dos meus sonhos e planos ainda estão por serem concretizados. Conquistei o primeiro e, quem sabe, um dos mais importantes. Sempre me senti muito pressionada pela minha família a seguir os passos dos meus pais, a passar no vestibular de primeira - ainda que eu não seja a maior fã de provas vestibulares. Esse eu alcancei... Não sei se por mérito meu e dos meus estudos, não sei se por uma ajudinha do Cara lá de cima, o que importa é que eu alcancei. E esse alcance de uma nova etapa me fez ver que todos os meus outros desejos estão bem na minha frente, esperando a hora de chegar. Casamento, formatura, família, realização profissional - de repente, falta tão pouco.

Me lembro agora do colégio. Das amizades feitas. É, de repente não está tudo tão igual assim. Pelo que eu vi, a última postagem é do dia 21 de fevereiro de 2012. Eu não tinha começado a faculdade ainda, não tinha me desvinculado do colégio no qual eu estudei a vida inteira, não tinha noção do que me esperava. Hoje, dia 20 de março de 2013, eu mais ou menos sei onde eu estou e o que eu estou fazendo aqui. É estranho abandonar tudo assim, de uma hora pra outra. Claro que a gente sabe desde a primeira série que chega o dia em que as pessoas deixam o colégio, mas o "deixar" vai tão além disso. Não só as salas de aula, os professores e as matérias dadas na boca que acabam... É o fim de uma rotina que esteve contigo há, o que? No mínimo uma década. De repente não é só ir pra casa, almoçar, ler meia dúzia de folhinhas e qualquer outra coisa no resto do dia. Não é mais chegar atrasado, ganhar um carimbo na agenda e um puxão de orelha da coordenadora. Tudo isso dá lugar a uma rotina completamente estranha, nova e diferente. Se tu chegar atrasado, azar o teu. Se tu não almoçar, vai desmaiar de fome mas ok se tu conseguir entregar o trabalho da cadeira mais difícil. As coisas todas mudam de sentido, vão ganhando novos significados, símbolos... Dos antigos amigos, alguns se vão por bem, outros contra a nossa vontade. Os bons ficam, pelo menos por agora. O que não vai embora nunca são as lembranças de uma época tão boa, tão única.

Também não pensem que a nova rotina é ruim - pelo contrário. É nova e muito, mas muito válida. Conhecer gente nova faz bem, destrói as nossas visões tão enrijecidas, tão estáticas das pessoas. Acaba com preconceitos, traz novos valores e é importante.

Chega de blablablá, no final das contas a vida é mesma, eu sou a mesma. Ambas com pequenas e nem tão sutis mudanças (meu cabelo curto é bem aparente, inclusive). A vida muda, as coisas trocam de lugar, gente chega, gente vai... Antigas crenças são desconstruídas, novos conhecimento vêm agregar. Tudo é válido, tudo é bom.

Ah! E pode ser que vocês queiram saber sobre o tal dono do substantivo próprio que deu sentido a minha vida em um dos posts aqui embaixo... Pois bem, estamos melhor do que nunca. Vamos completar o que? 1 anos e vários meses juntos... (nunca conseguimos comemorar um mês no dia certo... acho que acontece com todos os casais... ou não). Tanta coisa mudou, menos isso. O sentimento é o mesmo de antes, a expectativa do encontro é a mesma de antes e eu acho que é um ótimo sinal, né? Sinceramente eu espero que tenhamos amadurecido um pouco porque, né, depois de um ano só dois abobados pra continuarem com as mesmas piadas e vozes de neném........... Dane-se também, são dois abobados que se amam.

Gente, eu tô bem. E é sério.


Júlia

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ciúme de você..... ♫

Ciúme. De acordo com os psicólogos: "Ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade". Do dicionário, receio ou despeito de certos afetos alheios não serem exclusivamente para nós. Inveja.

Discordo. Ciúme pra mim é o medo que temos daquilo (ou daquele) não ser exclusivamente nosso e, principalmente, ciúme não é inveja. Se formos pelo conceito de inveja, o que eu disse pode parecer confuso e contraditório. Expliquemos. Inveja é quando desejamos algo que não é nosso pelo simples motivo de outra pessoa possui-lo, que não nós mesmo. Ciúme é quando aquilo que sentimos que é nosso está, esperançosamente, temporariamente com outra pessoa e, obviamente, o queremos para nós.

Ciúme de gente, de bicho, de carro. Ciúme de sentimento, de status e de classe. Dos vários tipos, uma mesma sensação: vazio. É como se guardássemos um espaço pra algo ou alguém que não está presente e que, por consequência, está em qualquer outro lugar. Daí vem a vontade de ter pra si, que desencadeia uma série de reações, dependendo do indivíduo: raiva, angústia, tristeza e até perseverança. Como sempre, existem aqueles que desejam, desejam e desejam mas não fazem nada por isso e sentem nada mais do que raiva ao ver a "sua" pessoa feliz com outra. Tem gente que se tranca em casa, chora e se escabela e tem gente que vai atrás do que quer e esses, particularmente, são os meus preferidos até porque eu sou assim. Nunca fui de sentar e esperar que as coisas viessem até mim. Até porque o que não é meu não vai vir até mim nunca se eu ficar esperando. E também não vejo problema em ir atrás do que eu quero. Nem nunca tive vergonha. Óbvio, convenhamos, nunca me atirei em cima de ninguém e nem fiz o impossível para ter alguma coisa mas sempre, dando um jeito aqui e dizendo outra coisa ali, consegui o que queria. Inclusive sou o exemplo vivo disso hoje. Tenho a pessoa que eu sempre quis do meu lado mas também não fiquei parada igual uma mosca esperando que as coisas acontecessem.

Acho que ciúme faz bem numa relação seja entre tu e teu marido ou entre tu e teu cachorro (o que, dependendo do marido ou do cachorro, pode ser quase a mesma coisa). Faz a gente cuidar melhor, desejar mais e tomar mais cuidado para não perder.

Ciúme é isso e faz parte.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Hapiness

É estranho quando a vida para, dá aquela "acalmada". De repente aquela angústia de estudar e passar no vestibular, termina na tão sonhada matrícula na federal. A carência incômoda de todos os dias acaba diariamente no "eu te amo" de quem a gente quer bem. O desespero de uma briga familiar se vai na esperada reconciliação e, num piscar de olhos, tudo está bem. Calmo, como se finalmente a nossa rotina tivesse entrado nos trilhos certo e fosse, como um trem, sempre em frente, retornando e virando à direita se caso algo der errado.
O alcance dos sonhos parece estar tão perto e o futuro só uns passos à frente. É como se a gente visse a abertura, à nossa frente, de inúmeras portas, nomeadas: felicidade, carreira, amor e final feliz. Portas que só nos reservam alegria.
Muita gente diz que não se pode gritar alto a felicidade porque "a inveja tem sono leve". Discordo. Acho que a felicidade pode demorar muito pra chegar mas quando isso acontece, se tomarmos cuidado, se não abusarmos dela e acharmos que ela é infinita, ela fica, permanece. Com altos e baixos, como qualquer outro sentimento ou sensação. A felicidade, com certeza, é efêmera; não duvido disso - mas acredito que ela possa se instalar nas nossas vidas e permanecer por muito tempo. Tempo suficiente para que no fim possamos dizer que tudo valeu a pena.
Quando a gente, pela primeira vez, pode sentar e respirar com aquela sensação de dever cumprido é que percebemos o quanto vale a pena batalhar por aquilo que queremos, correr atrás dos nossos objetivos. Única e exclusivamente para ter essa sensação depois, uma das melhores do mundo. É como ter tudo encaixado, nos perfeitos lugares, depois de muito esforço e dedicação e, a partir daí, passamos a torcer para que todos passem por isso pelo menos uma vez na vida.
A felicidade é passageira e chegou pra mim. Um aviso: não pretendo abrir mão dela tão cedo.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Thiago

É estranho quando uma palavra passa a significar o mundo pra gente. É mais estranho ainda quando essa palavra é um substantivo próprio. E é infinitamente mais estranho quando tu escutou esse nome a tua vida inteira e, de repente, passa a ter um sentido completamente diferente do que sempre tinha tido.

Thiago. Nome de origem bíblica que significa "aquele que supera". Sua generosidade faz com que seja uma daquelas pessoas com quem sempre se pode contar. Gosta de ser útil e tem sempre uma solução para todos os problemas.

Até pode ser mas, pra mim, "Thiago" significa muito mais. Significa sentimento recíproco. Significa nunca abandonar. Significa surpresa, contentamento e infinito, entre tantas outras definições.

É engraçado perceber que enquanto não achamos a pessoa certa, nos contentamos com tão pouco. Achamos que qualquer forma de amor é a verdadeira, que qualquer mensagem de bom dia significa amor eterno. Depois de acharmos aquele que nos completa por inteiro, percebemos que não existem várias formas de amor. Existe uma que, por consequência, é a verdadeira. Percebemos que amor eterno não é uma mensagem de bom dia, e sim saber todos os dias que temos com quem contar, que temos alguém que não vai julgar, que temos alguém que amamos e que nos ama. Isso é o que nos traz aquele sentimento que todo mundo procura, procura, procura e muito pouca gente acha: felicidade.

A gente procura, né? Procura tanta coisa e não percebe que elas sempre estiveram ali. Felicidade, amor, companheirismo... Às vezes tão perto que não enxergamos. Às vezes, quanto mais procuramos, mais afastamos ficamos. Acho que depois de conhecer todos esses sentimentos, posso dizer que não adianta correr atrás de ninguém... de nada. As coisas quando tem que acontecer, acontecem e só. E acontecem da melhor forma possível. Eu garanto.

Percebemos que achamos a pessoa certa quando a família dela se torna a nossa segunda família; quando um sorriso dela é o teu sorriso também. Percebemos que estamos com a pessoas certa quando as conquistas são divididas e as falhas são retomadas juntas. Percebemos que temos a pessoa certa quando abriríamos mão do mundo para não perdê-la. E, finalmente, percebemos que tudo valeu a pena quando até os menores momentos parecem encaixar numa imenso quebra-cabeça que resultam numa história linda, construída entre duas pessoas que se amaram muito e que vai ficar ali, montado como sempre foi pra ser, pra sempre. Pra que filhos, netos e bisnetos possam admirá-lo e buscar inspiração para montar os seus próprios quebra-cabeças.

Muitos podem, pelo menos por enquanto, não entender nada do que escrevi aqui. Esperem, e um dia vocês poderão escrever sobre os seus quebra-cabeças, suas peças-chave e suas histórias.