One day we'll be together (we'll never be apart)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Myself

Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?
Quando é assim
Deixa vir do coração
Você sabe que eu só penso em você
Você diz que vive pensando em mim
Pode ser
Se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer pra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...

Eu levo a sério, mas você disfarça
Você me diz à beça e eu nessa de horror
E me remete ao frio que vem lá do sul
Insiste em zero a zero e eu quero um a um
Sei lá o que te dá que não quer meu calor
São Jorge por favor me empresta o dragão
Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não.

(Se - Djavan)

sábado, 12 de março de 2011

Viva mais

"A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos." Erasmo de Rotterdam.

O mundo visto de fora nunca foi certo. Gente com muito, gente com muito pouco. Árvores caindo enquanto prédios vão subindo. Pessoas se afastando e o caos se aproximando. O mundo é louco e o pior erro que podemos cometer é tentar não ser insano em um lugar virado do avesso.

De repente tudo muda, tudo acaba. A única certeza de quem é vivo é a morte e nós passamos a morrer no momento em que nascemos. Deixamos muito tempo passar tentando parecer correto em um mundo imperfeito.

Temos medo. Medo de arriscar, medo de amar, medo de perdoar, medo de tentar, medo de provar, medo de ser, medo de assumir, medo de sair, medo de voltar, medo de perder, medo de comprar, medo de ganhar, medo de enjoar, medo de chorar, medo de não ter, medo de ter demais, medo de não suportar, medo de gastar, medo de sorrir, medo de viver.

Não nos entregamos à paixão por achar que vamos chorar no final. Sim, amar é assumir e assinar um contrato de alegrias e tristezas. Mesmo que as tristezas sejam poucas, elas serão, assim como em qualquer de situação. Temos a péssima mania de achar que choro é ruim, que lágrimas não fazem bem e que derramá-las é sinal de que nunca devíamos ter dado o primeiro passo. É mais do que óbvio que choramos porque nos importamos e se esse choro é de tristeza é sinal de que alguma coisa terminou, não deu certo ou está desmoronando. Se choramos é porque sentimos por isso e se sentimos por isso é porque foi bom enquanto tudo deu certo. Se temos tempo para parar, pensar em tudo e chorar é porque isso vale o esforço e se vale o esforço, vale a pena. Amar é isso, é começar, é ter, é perdoar, é viver, é sorrir e gostar e é terminar. Tudo que começa acaba. E é assim até com a coisa mais importante que temos, nossa vida. Se até a vida começa e termina, o que ou quem somos nós para perder tempo nos lamentado por chorar porque acabou?
Se o Ser mais sábio em que acreditamos determinou que a vida começaria e terminaria, quem somos nós para desperdiçar o tempo que Ele nos deu por medo de chorar depois.
Se formos pensar, Deus decidiu que não choraríamos ao morrer. Fecharíamos os nossos olhos e viajaríamos de encontro ao mais lindo lugar, viajaríamos ao encontro de quem amamos, chegaríamos aos braços de quem tão calorosamente nos aguarda e sem chorar. Aos olhos Dele, ao perder o que temos de mais importante, chorar seria inadequado. Se foi tudo tão bom, pra que chorar? Vamos agradecer pela oportunidade que tivemos e partir, de olhos fechamos, para a felicidade eterna.
Não precisamos nos lamentar por cada página virada, por cada degrau conquistado ao olhar para baixo. Devemos e precisamos agradecer por tudo ter acontecido conosco, por termos tido a maravilhosa oportunidade de viver, de arriscar e de sorrir. Devemos nos alegrar ao pensar nos momentos bons e devemos, sim, sentir falta. Sentir falta é querer que algumas coisas voltem mas chorar por isso é sinal de arrependimento e arrependimento é o pior sentimento de todos. Arrepender-se é sinal de imaturidade e é sinal de que não fizemos algo por medo.
Nos arrependemos quando terminamos um relacionamento por medo de enfrentar uma turbulência, quando não aceitamos uma proposta por estarmos presos no comodismo, no confortável. Nos arrependemos quando não aproveitamos, quando não fizemos, quando não aconteceu.
Se aconteceu, se existiu, se foi bom e acabou não vamos olhar pra trás e sentir que deveria ter sido de outra forma, vamos olhar pra trás e pensar que tudo valeu a pena e que agora é o início de mais um capítulo. Todo o resto do livro está ali, quando quisermos voltar algumas páginas e relê-las, fassamos isso. Mas não chorando, sorrindo.

O medo de arriscar é o que nos prende ao morto. É o que os faz querer manter algo que já era pra ter tido fim. É o que nos faz reviver sempre um passado que deveria estar só na memória. Ter medo de arriscar é viver preso ao pretérito e não conseguir viver o futuro.

Vivemos presos a estes medos, ao medo de ser louco. Ao invés de pular corda com trinta anos, de cair na frente de todos e rir da própria cara, de amar e desamar, nos prendemos a temores e não o fazemos. Isso é errado. Por que não fechar os olhos e seguir para a felicidade? Tão mais simples, tão mais fácil e tão menos dolorido.

Para um ciclo começar é preciso que outro termine e isso é viver. É um começar de ciclos, é uma virada de páginas, é um recomeçar a cada dia.

Quando tudo acabar, fecharemos os olhos e será só. Então abramos os olhos e vivamos, arrisquemos, amemos e não tenhamos medo, porque depois... É só.

Eu

Nunca fui de fazer isso, nunca ninguém me viu fazendo isso mas acho que mereço hoje uma autobiografia... Não uma completa, uma que fale sobre uma característica que tenho e que ninguém reconhece. Doação ao próximo.

Se ligo para alguém e na hora do "tchau" percebo que não foi uma despedida como as de sempre, ligo de novo cinco minutos depois para saber o que houve.
Se falo com alguém e percebo que tem algo errado, sempre dou meu jeito de descobrir o que é para poder ajudar.
Se preciso fazer alguma coisa mas vejo que isso aborrece alguém, penso duas, três, quatro vezes e ainda assim tenho uma conversa sincera para saber se está tudo bem.

Me preocupo com TODOS os meus amigos, com TODAS as pessoas que amo, sem exceções. Faria tudo por qualquer um destes e daria a vida se preciso fosse, e algumas pessoas simplesmente não se importam.

Sabe o ditado "não faça para os outros aquilo que não gostaria que fizessem para você"? Eu o conheço mas faço uma diferença. Eu faço aos outros exatamente o que eu gostaria que fizessem a mim.

Se eu dei um "tchau" esquisito e pareci braba ou triste, quero que me liguem de volta para perguntar o que houve. Posso estar furiosa, se a pessoa fizer isso, me acalmo em dois segundos.
Se eu me preocupo com alguém a ponto de sair do meio de um dia em família para ligar e saber se está tudo bem, é porque eu espero que façam o mesmo por mim.
Se eu sou capaz de ver só as coisas boas que cada pessoa tem e esquecer quase todos os defeitos, é porque espero que me vejam desse jeito.
Se dou segundas, terceiras e quartas chances para todo mundo que merece, esperaria que eu pudesse errar algumas vezes e pudesse ser perdoada por isso.
Se faço tudo por todo mundo e deixo todos perceberem isso, queria que alguém me dissesse que faria tudo por mim e que me fizesse sentir isso também.
Faço para todos o que gostaria que fizessem para mim mas isso só não acontece. Dou muito e recebo pouco. Faço muita gente melhorar e não recebo nada ou muito pouco em troca.
Ajudo todo mundo sem que precisem me pedir ajuda e tenho que quase implorar por um abraço.
Enxugo lágrimas de todos e quando eu choro, sou julgada.
Faço o que não devo e brigo com quem não quero por aqueles que amo, e as pessoas preferem levar tudo a panos quentes pra não se desentender com os outros por mim.

A vontade que tenho às vezes é de gritar "E AÍ? ESQUECEU TUDO QUE FIZ POR TI?".

A verdade é essa, ou eu mudo meu jeito com os outros, ou continuo me decepcionando. Por que eu mudo por todo mundo, mas eles nunca podem mudar por mim.

terça-feira, 8 de março de 2011

Tudo novo, de novo

Tão bom quando as coisas parecem começar a dar certo...
Resolvi parar de enrolar tudo, resolvi que eu tinha que decidir de uma vez o que eu queria e que essa história de ficar confusa não tava mais dando nem pra mim e nem pra ninguém.
Quando eu fiz a minha escolha, pela primeira vez eu tive certeza de que o que eu escolhi foi o melhor pra mim... Pela primeira vez eu senti de verdade que a minha escolha foi a certa.
Prometi pra mim mesma antes de escolher "tentar de novo" que dessa vez ia ser diferente... Muita coisa teve que mudar em mim pra fazer funcionar e muita coisa ainda vai ter que mudar mas isso aos poucos vai acontecendo.
Dessa vez vai ser diferente... Sem ter nada do que duvidar, sem outras coisas na cabeça pra confundir, sem história antiga pra resolver... E, de um jeito ou de outro, eu tenho certeza que dessa vez vai dar certo. Dessa vez eu tenho certeza que não vai falar nada.
Não vai faltar confiança;
Não vai faltar amizade;
Não vai faltar paciência e principalmente, não vai faltar amor.

sexta-feira, 4 de março de 2011

x.o.x.o

"Assim como as estações, as pessoas têm a habilidade de mudar. Não acontece com frequência, mas quando acontece é sempre para o bem. Algumas vezes leva o quebrado a se tornar inteiro de novo. Às vezes é preciso abrir as portas para novas pessoas e deixá-las entrar. Na maioria das vezes, é preciso apenas uma pessoa que tenha pavor de demonstrar o que sente para conseguir o que jamais achou possível. E algumas coisas nunca mudam. E que comece o novo jogo."

Gossip Girl

terça-feira, 1 de março de 2011

01

Primeiro de março. Dia um. Se quisesse escolher uma data para recomeçar, seria hoje. Escolhi. De hoje em diante eu vou fazer o que ME der vontade, vou falar o que eu quiser, pensar o que eu quiser e principalmente ficar com quem eu achar que devo. Ficar perto ou longe de alguém por comodismo, para não se incomodar com os outros é a maior besteira do mundo. Podem dizer que é errado, que não faz bem, que vou me arrepender mas... e aí? Eu tenho uma vida só, vou ter 15 anos por um ano só e se eu não errar nesse tempo todo, não vou aprender. Temos o tempo que alguém lá em cima decidi e acha necessário para errar, acertar, voltar atrás, aprender pelos erros e errar ainda mais depois. Temos o tempo certo para viver, conviver, amar, desamar e aproveitar. Temos tempo suficiente para rir, chorar, gritar, ficar bravo e ter dois trabalhos: ficar e desficar. Temos tempo pra tudo... pra ser feliz, pra ficar triste, enfim... A única coisa para a qual não temos tempo é arrependimento. Arrependimento do que foi feito e o que não foi feito.
Ora, se nós fizemos as coisas que temos vontade, nem que só naquele momento, porque nos arrependermos depois? Era o que tínhamos vontade e então era o que tinha que ser feito.
Arrependimento só serve para fazer o que foi bom perder valor. Arrependimento é um bichinho pequenininho que tem poder de tirar tudo de bom que um momento especial teve. O bichinho do arrependimento se alimenta e cresce a partir do julgamento dos outros, dos que estão a nossa volta e acham, por algum motivo desconhecido, que podem avaliar os demais.
Temos mania de fazer as coisas pensando no que queremos mas pensando também - e às vezes principalmente - no que os outros vão pensar, achar, julgar ou criticar. Não fizemos as coisas que temos vontade em nossos corações por ter medo do que nos espera, por ter medo de encontrarmos alguns dedos apontados para nós depois de tudo. Mas é como dizem: "cada vez que apontamos um dedo para o próximo, quatro estão apontados para nós".
Sempre penso sobre este assunto... Se estivéssemos livres do julgamento de qualquer pessoa, se ninguém pudesse ou quisesse criticar a gente, teríamos tanto medo ou tanta dúvida de fazer o que temos vontade? Não, eu aposto que não.
A média de expectativa de vida entre todos os estados do nosso país é de 74 anos, o que são aproximadamente 27010 dias de vida. 27 mil dias para viver e SÓ. Depois disso? Só tempo, muito tempo, muito, muito tempo para pensar sobre o que deveríamos ter feito. Sobre as oportunidades que jogamos fora, sobre os amores que desperdiçamos. Então vamos fazer o que tivermos que fazer.

Outra coisa que me faz pensar é o medo do arrependimento. Sempre pensamos quinhentas vezes antes de fazer qualquer coisa que seja porque temos sempre a mesma dúvida: "será que eu não vou me arrepender depois?".
E se a gente se arrepender??? Qual o problema? Melhor se arrepender agora, enquanto ainda temos tempo de levantar a cabeça e fazer tudo de novo se tivermos vontade, do que depois dos nossos vinte e sete mil dias de vida, quando vamos ter um infinito de tempo para pensar em tudo que podíamos ter feito e não fizemos por simples medo de tentar.

Vamos viver, amar, rir, chorar, brincar, ser sério, realizar, se arrepender e voltar atrás quantas vezes tivermos que voltar. Só temos vinte e sete mil dias.